segunda-feira, 4 de junho de 2012

O fantasma económico de Salazar



Com o passar do tempo, marcados fortemente pela crise, temos cada vez mais pessoas a ultrapassar a espuma dos dias, a querer perceber de fato porque se entrou em derrocada económica-social e as comparações com o regime passado passaram a ser inevitáveis.

Um assunto que inflama muitos pois existe quase uma desmontagem de um conjunto de dados adquiridos que se julgavam arrumados ao passado com a queda do velho regime que agora caiem como um castelo de cartas.

Para melhor contribuir para este debate e ajudar a desmistificar a problemática exponho aqui um excelente comentário.

Comentário retirado daqui: As comparações são inevitáveis... (blog Porta da Loja)

Por Filipe Silva (nosso estimado e assíduo leitor)

O modelo de desenvolvimento de Salazar tinha excelentes resultados, taxas de crescimento acima de 6% ao ano, sem recurso a divida, isto é, o verdadeiro crescimento sustentável.

Hoje temos um PIB inflacionado pela divida, sem esta o PIB real seria muito mas muito mais baixo.

Vamos penar devido a este peso brutal da divida.

Era uma ditadura em que o peso do estado na economia era apenas de 15%, sendo hoje 51%
Hoje nada é feito sem que o Estado autorize, com as PPP e companhia vê-se bem a qualidade da democracia, esta Vaca sagrada 

Interessante que se diga que era uma miséria, se utilizarmos o IDH no tempo da ditadura estávamos na posição 22 hoje na 44, em termos relativos (comparando com os outros países do mundo) estamos muito piores hoje.

Temos de ver que quando Salazar toma o poder, o atraso português que vinha da monarquia era avassalador, pedir mais naquela altura era difícil.

Não tenho qualquer afinidade com o sistema do estado novo, mas também não tenho por este sistema que hoje temos.



1 comentário:

  1. Continua a haver este maniqueísmo ideológico: ditadura vs democracia. O nosso cérebro filtra as ideias e normalmente sobram 2: só aí é que escolhemos. A história dos vencedores (dos democratas) influenciou toda a opinião pública e a história dos vencidos perdeu-se no Torre do Tombo.

    Do Estado Novo devemos aprender com o que de bom e de mau aconteceu. As contas públicas, o respeito pela legalidade e o respeito pela atividade económica são baluartes desse regime.

    Mas houve uma enfermidade que envenenou o sistema: sonegaram liberdades básicas ao povo português.

    Não há regime em Portugal que resista a esta contrariedade. Compreendemos os motivos dessa opção: o português é tendencialmente libertino, opinador tendencioso e sempre em busca de argumentos que corroborem a sua tese. A censura e as prisões foram um expediente para manter a ordem e a organização que se exige a um Estado que sabe muito bem o que quer.

    Mas o povo prefere ser livre a estar certo, e é por isso que NUNCA teremos os índices de produtividade da Alemanha e respetivos salários. Somos demasiado inteligentes, orgulhosos e desconfiados para alinharmos todos pela mesma bitola em nome de um fim maior. E é melhor assim, a chatice é que ninguém hoje dá valor a este tipo de cultura. Toda a gente quer organização, produtividade e crescimento. É uma pena porque levar-nos-á à destruição: o planeta não aguenta tanta usurpação em simultâneo.

    O povo português possui a melhor cultura que se conhece, já dizia Agostinho da Silva. Como eu concordo com ele.

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