domingo, 16 de setembro de 2012

Na senda de Salazar (parte 7)

... o superavit e a política fiscal

" Há quem considere provocadora - digo com impertinência - a existência de um superavit de 150.000 contos numa hora que continua a ser difícil, em que se continuam pedindo à Nação pesados sacrifícios...


E Salazar, pegando na bomba sem receio de que ela lhe estale nas mãos:

- É a história do Velho, do Rapaz e do Burro... Se em vez do superavit, houvesse um défice, a indignação, claro está, seria contra o défice. Mas já agora sempre quero explicar-lhe a história desse superavit, que não tem a estabilidade que se julga, que não traduz permanente abundância, nem quer dizer que as receitas normais excedem as necessidades da Nação. O ano foi mau, e aí pelas alturas de Abril eu tive a percepção de que talvez tivesse de fechar as contas com um défice equivalente ao que se gastou, aproximadamente, com as revoluções da Madeira e de Lisboa. Continuei, por isso, a apertar aqui, a forçar acolá, até me encontrar com umsuperavit quase inesperado para mim próprio. Esse superavit não corresponde, portanto, ao rendimento normal da Nação, e pode até servir ainda  - o futuro a Deus pertence - para compensar um défice que seja impossível de evitar..."


in entrevistas do jornalista António Ferro a Salazar 
publicado no nosso blogue parceiro Contas Caseiras



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