Face às más notícias vindas da
frente da emissão de dívida pelo Tesouro Público nas últimas semanas
(incluindo hoje de manhã) e à subida contínua das yields (juros)
das obrigações espanholas no mercado secundário, o gabinete de Mariano
Rajoy teria em cima da mesa do seu gabinete de crise três cenários: um
plano de resgate "total" (e não "sectorial") similar
aos realizados para a Grécia, Irlanda e Portugal; a suspensão do pagamento
da dívida (um evento de crédito); e a saída do euro, segundo o jornal
espanhol "El Confidencial".
Alguns destes cenários extremos são
manobras de pressão política sobretudo junto da Alemanha e do Banco Central
Europeu (BCE).
O primeiro cenário de
resgate "total" chutaria a fatura do "apoio" europeu de
"até 100 mil milhões" (verba de empréstimos por tranches aprovada
no caso do plano sectorial de resgate à banca espanhola, cujo memorando de
entendimento é já conhecido) para "mais de 500 mil milhões, um
montante exorbitante". Na cascata de contágio seguir-se-ia Itália e uma
posição dos países com notação triplo A para a rutura da zona euro.
O segundo cenário esgrime
a palavra maldita - default (incumprimento). Segundo o
"El Confidencial", seria uma forma de pressionar a Alemanha e o
BCE. O arrastamento da situação no campo da aplicação de decisões na zona
euro torna este cenário como "plausível", apesar de implicar
"uma imagem tremendamente negativa do país que faria disparar o prémio
de risco para níveis impensáveis". O tempo crítico é agosto e
setembro. "Para além" destes meses, o cenário de pesadelo começa.
O terceiro cenário é
o de saída ou rutura da zona euro. Ou por decisão unilateral espanhola, ou
porque a Alemanha e seus aliados o imporiam. "Num primeiro momento
teria consequências desastrosas, mas devolveria a autonomia para realizar
as nossas políticas e poder sair da crise antes do previsto", é a
lógica deste cenário extremo, segundo as fontes ouvidas pelo jornal
espanhol.
Luis de Guindos está hoje na
Alemanha para conversações com o homólogo alemão, o ministro das Finanças
Wolfgang Schauble, e Mariano Rajoy reúne-se com Mário Monti no dia 2 de
agosto. Rajoy tem estado em contacto permanente com François Hollande, o
presidente francês, segundo "El Confidencial".
Resgate "macio"
A par do pacote
"sectorial" de resgate à banca espanhola (já definido em
Memorando de Entendimento), o Governo de Mariano Rajoy pretende pressionar
o BCE para reabrir o programa de aquisição de divida no mercado secundário
(conhecido por programa SMP), tentando, por essa via, inverter o disparo
das yields das obrigações espanholas acima de 7%, e
convencer a Alemanha a acordar um "plano de resgate total, mas
macio", segundo o jornal espanhol "El Economista".
Este plano adicional que se
traduziria em "uma linha de crédito temporária" destinar-se-ia a
financiar os 28 mil milhões de euros de dívida espanhola que vencem em
outubro e que, aos níveis atuais indicativos no mercado secundário, se
tornaria insustentável.
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Porque é que isto nunca acontece em Portugal?
ResponderEliminarhttp://www.elconfidencial.com/economia/2012/07/24/ubs-ejecuta-a-manuel-jove-por-su-fallida-inversion-en-bbva-con-perdidas-millonarias-102523/
Notícia bem apanhada... Em Portugal este tipo de notícias nem sai nos media.
ResponderEliminarCumprimentos.