segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A tática do treinador de bancada

Marques Mendes dá a sua tática:

O Governo está a ultimar o orçamento para 2013. Antes que seja tarde, aqui deixo algumas recomendações. Primeiro, não há orçamento credível sem reduções profundas na despesa pública e sem cortes exemplares e visíveis na máquina do Estado – e aqui ainda há muito a fazer, desde a extinção de empresas públicas até à rescisão de contratos. Segundo, não há orçamento credível sem medidas a sério em relação às PPP – neste item, ou as medidas são visíveis e claras ou ninguém acredita nelas; terceiro, não há orçamento credível sem a coragem de criar uma taxa de solidariedade sobre grandes empresas e empresas com rendas do Estado – não podem ser só os cidadãos a suportar taxas e sobretaxas; finalmente, não há orçamento credível sem uma apresentação de forma diferente do habitual – explicando aos portugueses, em português e não em economês, donde partimos, onde estamos, para onde vamos, com que medidas e com que calendário. Afinal, ter um orçamento credível é mais, muito mais, do que pensar apenas em mais impostos. Ou estes são o fim da linha ou há revolta popular. Convinha alguém no Governo pensar nisto. Acredito que não será tempo perdido.


artigo aqui


É um treinador de bancada? É. Mas é a tática mais correta que o governo tem de seguir. 






2 comentários:

  1. É mesmo tempo perdido. Ainda não reparou que essas medidas são INCONSTITUCIONAIS !!!
    E se não forem ... passam a ser.

    ResponderEliminar
  2. "não há orçamento credível sem reduções profundas na despesa pública e sem cortes exemplares e visíveis na máquina do Estado – e aqui ainda há muito a fazer, desde a extinção de empresas públicas até à rescisão de contratos."
    Ninguém duvida mas seria bom apresentar exemplos (já agora como estão os institutos, observatórios e direcções-gerais a extinguir que Marques Mendes propos às uns tempos?).


    "não há orçamento credível sem medidas a sério em relação às PPP – neste item, ou as medidas são visíveis e claras ou ninguém acredita nelas"
    Pois mas fazemos o quê? Rasgamos os contratos para acabar com esses custos, mesmo que isso significa uma forma de "default"? "Nacionalizamos" os contratos (compramos a propriedade aos concessionários) de maneira a privatizarmos isso melhor depois, mas para isso será necessário arranjar dinheiro para isso (o que significa que temos de parar de financiar um vasto leque de políticas sociais porque não há margem para aumentar os impostos)? "Privatizamos" por completo as concessões, ou seja propomos aos concessionários a pela responsabilidade das obras mesmo que isso implique andarmos a distribuir monopólios?


    "não há orçamento credível sem a coragem de criar uma taxa de solidariedade sobre grandes empresas e empresas com rendas do Estado"
    Tss... impostos... não valaria melhor acabar com as tais rendas tirando burocracia, reduzindo legislação?


    "finalmente, não há orçamento credível sem uma apresentação de forma diferente do habitual – explicando aos portugueses, em português e não em economês, donde partimos, onde estamos, para onde vamos, com que medidas e com que calendário."
    Boa!

    ResponderEliminar