Quando a Europa
aceitou, com alguns parêntesis, o modelo anglo-saxónico de engenharia
financeira, cujo crescimento se baseava sobretudo no crédito ao consumo e numa
economia financeira, deixou de ter controle sobre este mundo digital e virtual.
Os mercados financeiros globais subordinaram a
classe política e esta desregulou toda a economia. O resultado é que não há
lei. Nem sequer como no faroeste. Hoje o mercado de produtos financeiros
derivados é 11 vezes superior ao PIB mundial. A maioria do negócio corre entre
Wall Street e a City londrina. E a Zona Euro deixou de ter capacidade para
controlar o que quer que seja.
Esta crise está a demonstrar duas coisas: esta
Europa do euro foi construída sobre ficções políticas e a necessidade, face ao
desemprego estrutural que está a ser criado, de voltar a existir um crescimento
que crie trabalho real vai fazer com que algo vá mudar. Daqui a poucos anos,
esta Europa será completamente diferente. E Portugal também.
Haverá luz de velas no fundo do túnel?
Sem comentários:
Enviar um comentário