terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Frase do dia







..."Primeiro foi o Presidente sem dinheiro para as despesas. Agora é esta senhora a dizer que há magistrados a passar fome. O povo, calculo, já deve ter morrido. É que por esta medida já nem dave haver ar que se respire..."


Por José Manuel Fernandes

Escola Austríaca



A visão da escola austríaca aplicada à crise europeia

Análise feita pelo Instituto Ludwig von Mises - Brasil ("IMB") é uma associação voltada à produção e à disseminação de estudos econômicos e de ciências sociais que promovam os princípios de livre mercado e de uma sociedade livre.


Em suas ações o IMB busca:

I - promover os ensinamentos da escola econômica conhecida como Escola Austríaca;
II - restaurar o crucial papel da teoria, tanto nas ciências econômicas quanto nas ciências sociais, em contraposição ao empirismo;
III - defender a economia de mercado, a propriedade privada, e a paz nas relações interpessoais, e opor-se às intervenções estatais nos mercados e na sociedade.

Questões:

-  O futuro do €

- Como se pode contrariar a tendência de desindustrialização da Europa (a Alemanha é cada vez mais o último reduto industrial da Europa)

- Que medidas podem ser tomadas para contrariar o desemprego

- O declínio ocidental perante o oriente


Resposta: por Leandro Augusto - membro destacado do Instituto Mises Brasil

Desindustrialização se resolve com enfraquecimento dos poderes sindicais, redução de tributos, desburocratização e desregulamentação. Sindicatos agressivos que exigem privilégios crescentes devem ser domados, regulamentações governamentais devem ser abolidas, a carga tributária terá inevitavelmente de ser reduzida (ninguém quer pagar para trabalhar), fábricas e equipamentos envelhecidos devem ser substituídos (no que entra a questão tanto da desregulamentação quanto da redução de impostos), e a qualidade e o design de seus produtos deve ganhar maior atenção (no que entra a contratação de mão-de-obra mais bem preparada).

Em suma, é necessário criar um ambiente propício ao empreendedorismo. Isso também vale para o desemprego e para o declínio do Ocidente perante o Oriente (pelo menos economicamente; culturalmente, a coisa é bem mais complicada).

Quanto ao euro, é preciso renegociar a dívida, permitir vários calotes e deixar alguns bancos serem liquidados. Com isso, a oferta monetária do euro será reduzida e, consequentemente, ele sairá valorizado.

Explico:

Se houver o calote, os vários bancos da Europa que investiram nos títulos da dívida destes países sofrerão enormes perdas. Pensando em termos contábeis, haverá uma perda de ativos desses bancos, o que significa que eles terão também de reduzir seus passivos. E reduzir passivos significa contrair o número de contas-correntes.

Portanto, tal medida geraria uma deflação monetária na economia, pois, explicando novamente, após sofrerem essas perdas, os bancos têm de restringir novos empréstimos e requisitar a quitação antecipada de empréstimos pendentes, pois agora seu capital sofreu uma redução. Isso faz com que várias contas-correntes que foram criadas para esses empréstimos sem lastro sejam encerradas. E como o sistema bancário trabalha com reservas fracionárias, tal medida inevitavelmente iria gerar um processo deflacionário, pois se está requisitando a devolução de um dinheiro que foi criado do nada -- um dinheiro cuja criação expandiu a oferta monetária e cuja extinção contrai a oferta monetária.

Portanto, haveria uma redução na oferta monetária de euros, e isso deixaria o euro mais valorizado, e não menos.

Mas nada disso é politicamente viável. Logo, não há como saber o que de fato irá ocorrer.



Quadro exposição bancária aos periféricos

Censura




ACTA - um acordo global - pode permitir que as corporações censurem a Internet. Negociado secretamente por um pequeno número de países poderosos e por poderes corporativos, esse acordo configuraria um novo órgão sombrio para a regulamentação comercial internacional que daria poder para interesses privados policiarem tudo que fazemos online e iria impor enormes penalidades -- inclusive sentença à prisão -- a pessoas que eles julgarem estar a afetar os seus negócios.

Dá pena

Frase do dia




Judite de Sousa:  ..."Agora, até se especula que o presidente não vê com bons olhos a austeridade."...

Medina Carreira: ..."Deixe-o em Belém, ao pé dos pastéis, sossegado!"...

Por Medina Carreira em Olhos nos Olhos TVI 24

Evitar a queda

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Vida magastra

Depois da hostilidade aberta pelo presidente populista...

Temos agora os magistrados a passar fome e de pé descalço...

A directora do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa garante que há magistrados, polícias e funcionários da Justiça a «passar fome», devido à falta de investimento certeiro no sector.

«Gastaram-se milhões mal gastos. A máquina da justiça é desperdício de falta de meios. Há muito boa gente disposta a lutar nos tribunais, mas não podemos ter magistrados, funcionários e polícias pés descalços e a passar fome», afirmou, na TVI24.

Veja mais aqui


inFelizmente que muitos juízes até casa paga têm pelo estado senão o que seria desses pobres coitados...



Quadro exposição alemã (assistência financeira)



O abismo financeiro do Reino Unido



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domingo, 29 de janeiro de 2012

Post “em debate de ideias”

Protecionismo - O caso Brasil
Será este o caminho certo para a Europa?


 Participe: escreva o seu comentário educado e inteligente





Algumas ideias


Aqui ficam algumas ideias para serem utilizadas, não pelo Estado, mas sim pelos empreendedores.
Ao Estado convém não atrapalhar, apenas estimular e regular para o bom funcionamento do mercado.

- Sectores agrícolas de exportação — azeite, vinhos, cortiça e frutos
- Agricultura biológica - Campanha “comer da nossa terra”
- Exportação do nosso peixe no mundo com a devida qualificação e a sua pesca sustentável

- Fomentar o turismo (com preços competitivos e experiências: gastronómica / saúde/ desporto/ cultural)

- Criação de hortas comunitárias em todos os municípios
- Implementação do modelo part-time (essencialmente jovens e desempregados)
- Incrementar indústrias criativas e culturais

- Reabilitação urbana para arrendamento

- Vender imóveis ao estrangeiros (Angola, Brasil, Rússia, Europa do Norte)
...



Ideias em que o Estado deve intervir, e que pela sua estupidez política ainda não o fez:

- PPPs renegociar
- Encerrar os inúmeros desperdícios de empresas, fundações e institutos
- Plafonamento das reformas
- Cortar no nº de funcionários no estado
- Agilizar a justiça
- Melhorar e controlar os gastos na saúde
- Educação (ensino técnico-profissional articulado com as empresas)
- Identificar e apoiar perante as suas necessidades as empresas exportadoras
- Isenção da TSU 24 meses para quem contratar desempregados
- Pedido de uma moratória à UE para controlar / taxar as importações
- O estado a pagar a tempo e horas
- Aumentar os impostos só em artigos de luxo
- Estimular o aparecimento de novos empreendedores (microcrédito)
- Apostar em plataformas logísticas (porto de Sines)
- Identificar nichos de mercado (oportunidades económicas) e estimular a criação de negócio através de empresas e escolas locais
- Controle efetivo da balança de pagamentos (pedagogia aos cidadãos)

- Dinamização competitiva das cidades de interior
- Empresas c/ impostos e contabilidades simplificadas até 50 mil € anuais

- Facilitar o investimento nacional e estrangeiro
...

A caminho do socialismo

Um presidente armado em populista, um governo que começa a manifestar insuficiência de ideias (ainda não conhece este blog), uma oposição ansiosa pelo regresso de Paris do seu querido líder, uma classe média a eclipsar, uma classe de ricos esvaziada e de capital foragido, pequenas e médias empresas de parca tesouraria e com falta de liquidez, o capital humano a emigrar, um estado que ainda continua nos 50% de despesa do PIB e diversos países estrangeiros e mercados a olharem cada vez mais de lado para esta estranha economia.

Com o retrato acima, já não falta muito para Portugal acabar com as diferentes classes que compõe uma típica sociedade e passar a ser uma só, a classe de miseráveis, e aí sim Portugal atingiu o desígnio do socialismo, conforme inscrito na sua constituição.

Uma maioria, um governo, um presidente

Relações entre o Presidente e o Governo
Cavaquistas defendem saída de Vítor Gaspar do Governo

É absoluta a discordância de algumas das mais proeminentes personalidades do cavaquismo e do próprio Presidente da República sobre a condução da política orçamental e as prioridades para a organização das finanças públicas, que têm sido adoptadas pelo Governo.


Leia mais em:
http://www.publico.pt/Política/cavaquistas-defendem-saida-de-vitor-gaspar-do-governo-1531239



Quem andará distante da realidade? Presidente ou Governo?

BBC - O fim da festa

Documentário da BBC:
O Fim da Festa "A Falência do Ocidente"





sábado, 28 de janeiro de 2012

Comentário em destaque

Paulo - Lisboa - Post: Top 10 dos responsáveis pela desgraça de Portugal
http://vivendi-pt.blogspot.com/2011/12/top-10-dos-responsaveis-pela-desgraca.html

Ou a nossa visão do longo prazo se limita ao próximo fim-de-semana e nesse caso, do 1º ao 10º o responsável é o Sócrates (não esquecer o Santana Lopes que em 6 meses de Governo conseguiu a proeza de duplicar o défice e nem consta da lista).

Mas isto não é tão simples. As condições externas são, nos últimos 3 anos, a causa da crise financeira de Portugal. É óbvio que Portugal se encontraria exatamente (mais euro menos euro) na mesma situação qualquer que fosse o Governo (ou o Partido) nos últimos 10 anos.

O subdesenvolvimento estrutural é o que impede o país de se defender de choques financeiros externos como o atual. Baixos níveis de qualificação dos RH, baixa produtividade (que não se consegue aumentar com menos feriados nem com baixos salários), sistemas judicial e administrativo ineficientes, tudo isto pesa na economia e na captação de investimento. E de onde vem o subdesenvolvimento estrutural?

Para não recuar mais do que o século XX tivemos duas grandes oportunidades de apanhar o comboio do desenvolvimento:

- 1ª oportunidade: Depois da II Guerra mundial dá-se o grande desenvolvimento da Europa no pós-guerra com investimento americano através do plano Marshal. Começam os movimentos de descolonização com o exemplo do império britânico que através de inteligentes devoluções de poder às antigas colónias, soube evitar guerras inúteis e manter uma posição privilegiada no mundo através da Commonwealth que ainda hoje tem extrema importância para o Reino Unido. E Portugal? Orgulhosamente só. Não usufruiu do salto de desenvolvimento da Europa ocidental do pós-guerra, manteve teimosamente guerras inúteis nas colónias que conduziram a que o processo de descolonização acabasse por ser de rutura e manteve-se até aos anos 70 com níveis de desenvolvimento humano comparáveis aos dos anos 50. Perdemos o 1º comboio. Responsável? Salazar.

- 2ª oportunidade: Depois do PREC, resultado da rutura com um regime que algemou o país a um modelo de estagnação e de empobrecimento humano, Portugal aproximou-se da Europa com a adesão à C.E.E. Nos anos seguintes o país usufruiu de milhões em fundos ESTRUTURAIS destinados ao desenvolvimento estrutural, a maior parte dos quais entre 1986 e 1996. E o que se fez com esses fundos estruturais? Além de construir auto-estradas,não se modernizou a administração pública, não se modernizou o sistema judicial, não se apostou na qualificação e desenvolvimento humano da sociedade. Fizeram-se cursos de formação profissional com fins eleitoralistas para diminuir as estatísticas do desemprego e distribuir dinheiro pelos jovens, cursos na maioria inúteis e desligados da realidade. Em muitos nem havia a preocupação de selecionar os formandos: as entidades formadoras tinham que cumprir um nº X de formandos para aceder aos subsídios, e como nada era planeado a seleção era inexistente. Assisti pessoalmente a realidades como formandos da área de línguas e literatura a fazerem formação de redes informáticas, com conteúdos de Matemática inacessíveis para eles. É melhor nem falar da agricultura e pescas que como sabemos foi praticamente destruída nestes anos.
Perdemos o 2º comboio. Responsável? Cavaco Silva.

Curiosidades: qualquer dos dois era professor de finanças públicas e supostamente muito bom. Qualquer dos dois demonstrava (um ainda demonstra) visível indaptação comunicacional. O resto é história. Os únicos dois momentos da história do último século Português em que o rumo podia efetivamente ter sido muito diferente, se os líderes tivessem tido outra estatura política e humana, foram estes. Dispenso comentários do tipo "os xuxialistas é que são culpados" ou "então e os da direita não tiveram culpa?" Uma das maiores desgraças que aconteceu a Portugal pós 1974 foi a morte de Sá Carneiro que poderia ter evitado a nefasta influência que o 2º dos visados acima teve e tem no país.

Visão arrojada

O livro de cheques

O Financial Times noticia hoje (a notícia é fidedigna porque é estrangeira) que a Alemanha impõe como condição para emprestar mais dinheiro à Grécia, ao abrigo de um segundo pacote de 130 mil milhões de euros, que os gregos aceitem renunciar ao controlo do seu orçamento, e que ele passe para o controlo da União Europeia.
Por outras palavras, a Alemanha empresta mais dinheiro à Grécia, desde que a Grécia fique sem o livro de cheques.
Portugal vai estar assim também dentro de um ano, se até lá a zona Euro não se desmembrar.



Um post contundente de Pedro Arroja no blog Portugal Contemperâneo:
http://portugalcontemporaneo.blogspot.com/2012/01/o-livro-de-cheques.html

Os vários posts deste mesmo autor, sobre a diferença entre protestantes e católicos, são também bastante interessantes e merecem ser lidos.

Perfil da Alemanha



 Cigarra ou formiga, em qual dos 2 perfis a Alemanha se encaixa?


Quadro exposição bancária à Grécia

Andiamo

 O novo primeiro-ministro italiano, o tal que a esquerda e uma certa direita europeia consideram uma ameaça à democracia, chegou ao poder a 16 de Novembro e nestes dois meses e meio aprovou um primeiro plano de cortes na despesa e aumento da receita no valor de 20 mil milhões de euros, lançou um segundo pacote para aumentar a concorrência e a competitividade e ontem eliminou centenas de leis inúteis e lançou novas medidas para simplificar a vida às empresas e facilitar a criação de novas companhias. E dentro de um mês vai alterar a legislação do trabalho. Um mês, não seis, o tempo que o governo luso demorou a discutir com patrões e sindicatos um pacote coxo que não vai reduzir a sério os custos do trabalho em Portugal. Mario Monti está a fazer em dois meses e meio o que um governo eleito não fez em muitos anos.

Leia mais em:
http://www.ionline.pt/opiniao/ponham-os-olhos-mario-monti

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Produtividade



A produtividade não está relacionada com o tempo de trabalho mas sim com a qualidade e organização do trabalho.

O trabalho deve ser planeado, organizado e só depois executado.

É assim que alguns países procedem e daí a razão de trabalharem menos tempo.

Por cá, em geral, não planea-se, nem organiza-se, trabalha-se à maluca e o maior tempo possível.

O defeito de produtividade não é de quem executa mas de quem gere, que devia saber planear e organizar antes de mandar executar.

O monstro populista

 DEBATE DA SEMANA - TVI24

 Um debate esclarecido sobre Cavaco. As declarações, a gestão de silêncios, a comunicação da Presidência, e a reação da opinião pública, com João Pereira Coutinho, José Manuel Fernandes, João Miguel Tavares e António Cunha Vaz.


Veja aqui

A armadilha da liquidez





Por Frank Shostak - Economista (escola austríaca).


Em seu artigo de 11 de janeiro no The New York Times, o Nobel Paul Krugman escreveu:

..."No mínimo, aprendemos que a armadilha da liquidez não é simplesmente um produto da nossa imaginação e nem algo que só acontece no Japão, trata-se de uma ameaça bastante real. E se e quando ela acabar, temos de nos precaver para que ela não ocorra novamente — o que significa que há um ótimo argumento a favor tanto de uma maior meta para a inflação quanto para uma política agressiva quando o desemprego estiver alto a uma baixa inflação."....

A conclusão final é que o Banco Central americano quase que certamente não irá, e certamente não deverá, começar a elevar as taxas de juros em um futuro próximo.

Mas faz sentido dizer que, com mais inflação monetária, a economia americana poderia ser retirada da armadilha da liquidez?


A origem do conceito de armadilha da liquidez

Na abordagem popular, a qual foi originada pelos escritos de John Maynard Keynes, a atividade económica é apresentada em termos de um fluxo circular de dinheiro. Sendo assim, os gastos feitos por um indivíduo se tornam parte dos ganhos de outro indivíduo, e os gastos de um terceiro indivíduo se tornam parte dos ganhos do primeiro indivíduo.

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As recessões, de acordo com Keynes, são uma consequência do fato de que os consumidores — por algum motivo psicológico — decidiram reduzir seus gastos e aumentar sua poupança.

Por exemplo, se por algum motivo as pessoas se tornarem menos confiantes no futuro, elas irão reduzir seus gastos e poupar mais dinheiro. Assim, uma vez que um indivíduo decide gastar menos, isso irá piorar a situação de algum outro indivíduo, que por sua vez irá também reduzir seus gastos.

Como consequência, cria-se um círculo vicioso: uma diminuição na confiança das pessoas faz com que elas gastem menos e poupem mais dinheiro, o que irá reduzir a atividade econômica, o que por sua vez irá fazer com que as pessoas guardem mais dinheiro, o que irá reduzir ainda mais a atividade econômica e assim por diante.

Seguindo esta lógica, com o intuito de impedir que uma recessão fique fora de controle, o banco central deve aumentar a oferta monetária, reduzindo agressivamente as taxas de juros.

Tão logo os consumidores tenham mais dinheiro em seus bolsos, sua confiança irá aumentar e eles voltarão a gastar, desta forma restabelecendo o fluxo circular de dinheiro. Ao menos, é o que dizem.

No entanto, em seus escritos, Keynes sugeriu que poderia ocorrer uma situação na qual uma agressiva redução dos juros implementada pelo banco central levaria a taxa de juros para um nível tão baixo que seria impossível elas caírem ainda mais.

Isto, de acordo com Keynes, seria possível de ocorrer porque as pessoas poderiam adquirir a noção de que, como as taxas de juros chegaram ao seu limite mínimo, elas consequentemente só poderiam voltar a subir, o que levaria a perdas para quem possui investimento em títulos. Como resultado, as demanda das pessoas por dinheiro iria se tornar extremamente alta, o que significa que as pessoas irão poupar dinheiro e recusar-se a gastar, não importa o quão agressivamente o banco central tente expandir a oferta monetária.

Keynes escreveu:
..."Existe a possibilidade, pelos motivos discutidos acima, que, após a taxa de juros ter caído para um certo nível, a preferência pela liquidez pode se tornar praticamente absoluta, no sentido que quase todo mundo irá preferir ter dinheiro em mãos a um título que gere uma taxa de juros muito baixa. Neste caso, a autoridade monetária terá perdido o controle efetivo da taxa de juros.[1]

Keynes sugeriu que, tão logo a política monetária de juros baixos se torne ineficaz, as autoridades deveriam intervir e aumentar o gasto. E o aumento de gastos poderia ocorrer em todas as áreas e em todos os tipos de projetos — o que importa é que muito dinheiro deve ser jogado na economia, pois espera-se que isso irá estimular a confiança dos consumidores. Com um nível de confiança mais elevado, os consumidores irão reduzir sua poupança e elevar seus gastos, desta forma restabelecendo o fluxo circular de dinheiro.


Os indivíduos poupam dinheiro?
No arcabouço keynesiano, um fluxo monetário sempre crescente é o segredo da prosperidade económica. O que gera crescimento económico é o gasto. Quando as pessoas gastam mais dinheiro, isso é visto como elas estarem poupando menos.

Inversamente, ainda na abordagem keynesiana, quando as pessoas reduzem seus gastos, isso é visto como elas estarem poupando mais. Observe que, de acordo com a maneira popular de pensar — ou seja, keynesiana —, a poupança é algo ruim para a economia. Quanto mais as pessoas poupam, piores as coisas ficam. (A armadilha da liquidez advém de um excesso de poupança e do baixo nível de gastos. Ou é o que dizem.)

Porém, contrariamente ao pensamento popular, indivíduos não poupam dinheiro desta forma. A função principal é ser um meio de troca. Adicionalmente, observe que as pessoas não pagam pelas coisas com dinheiro, mas sim com bens e serviços que elas próprias produziram.

Por exemplo, um padeiro na realidade paga pelos seus sapatos com o pão que produziu, ao passo que o sapateiro, por sua vez, paga pelo pão com o sapato que ele fez. Após o padeiro ter produzido seu pão, ele irá trocá-lo por dinheiro. Ato contínuo, ele irá utilizar este dinheiro para adquirir sapatos. Ou seja, quando o padeiro troca seu dinheiro por sapatos, ele já pagou pelos sapatos, de certa forma, com o pão que havia produzido antes desta troca ocorrer. O dinheiro é utilizado apenas para facilitar a troca de bens e serviços.

Portanto, sugerir que as pessoas podem ter uma demanda infinita por dinheiro (isto é, acumular dinheiro, sem gastar), o que supostamente leva à armadilha da liquidez, como diz o pensamento popular, significa dizer que ninguém mais iria transacionar bens e serviços.

Obviamente, esta não é uma proposição realista, dado o fato de que as pessoas necessitam de bens e serviços para manter suas vidas e bem-estar. (Observação: as pessoas demandam dinheiro não para acumulá-lo indefinidamente, mas sim para, em algum momento futuro relativamente definido, trocá-lo por bens e serviços).

Sendo o meio de troca, a função do dinheiro é somente a de auxiliar a troca dos bens produzidos por um indivíduo pelos bens produzidos por outro indivíduo. A demanda por dinheiro, independentemente de quão alta ela seja, não pode alterar a quantidade de bens produzidos, isto é, não pode alterar o chamado crescimento económico real. Da mesma maneira, uma alteração na quantidade de dinheiro não tem nenhum poder de aumentar definidamente o crescimento da economia real.

Um aumento na quantidade de dinheiro, por si só, não faz com que haja a produção de mais bens. Bens só podem ser criados com acumulação de capital e produção, e não com aumentos na quantidade de dinheiro. E acumulação de capital só ocorre quando há um aumento da poupança real de uma economia — isto é, quando as pessoas reduzem seu consumo e, com isso, liberam recursos para serem utilizados na cadeia produtiva.
Contrariamente ao pensamento popular, uma armadilha da liquidez não surge em resposta a um aumento maciço na demanda por dinheiro da parte dos consumidores, mas sim como resultado de políticas monetárias frouxas, as quais infligem danos severos ao conjunto da poupança real de uma economia.



Armadilha da liquidez e redução do conjunto da poupança real

Enquanto a poupança real de uma economia — isto é, os bens liberados pela redução do consumo — estiver a crescer, tal processo será capaz de sustentar tanto as atividades produtivas quanto as não produtivas (aquelas atividades classificadas como 'bolhas'). O problema surge quando, em decorrência de políticas fiscais e monetárias expansivas, a estrutura de produção da economia é alterada: mais bens serão consumidos (e utilizados em processos de produção) do que produzidos. Este excesso de consumo em relação à produção leva a um declínio no conjunto real da poupança.

Isto, por sua vez, enfraquece o sustento de todas as atividades económicas, que levam a economia a uma recessão. (O encolhimento do conjunto da poupança real expõe aquela falácia comumente aceita de que uma política monetária expansiva do banco central pode fazer a economia crescer).

Desnecessário dizer que, uma vez que a economia entra em recessão em decorrência da uma redução no conjunto da poupança real, quaisquer tentativas do governo ou de seu banco central para reativar a economia irão necessariamente fracassar.

Não apenas tais tentativas não irão restaurar a economia, como na verdade irão exaurir ainda mais o conjunto da poupança real, desta forma prolongando o declínio económico.

Da mesma maneira, qualquer política que force os bancos a expandir os empréstimos, criando crédito do nada por meio das reservas fracionárias, também irá afetar progressivamente o conjunto da poupança real e reduzir ainda mais a capacidade dos bancos de fazer novos empréstimos no futuro. Afinal, a essência de um empréstimo é que haja poupança real, e não apenas dinheiro. É a poupança real que impõe restrições à capacidade de empréstimo dos bancos. (O dinheiro é apenas o meio de troca, o qual facilita a poupança real).

Observe que, sem que haja um crescimento do conjunto da poupança real, qualquer expansão de crédito feita pelos bancos irá apenas prejudicar seus balancetes, pois os empréstimos dificilmente serão quitados, o que levará a uma redução dos seus ativos e a uma consequente redução do seu patrimônio líquido (capital).

Ao contrário do que diz Krugman, a economia americana está de fato em uma armadilha, mas não por causa de um acentuado aumento na demanda por dinheiro, mas sim porque políticas monetárias frouxas exauriram o conjunto da poupança real. O que é necessário para recuperar a economia não é a geração de mais inflação, mas sim o exato oposto. Estipular uma meta de inflação mais alta, como sugerido por Krugman, irá apenas enfraquecer ainda mais o conjunto da poupança real e garantir que a economia prolongue sua depressão indefinidamente.


[1] John Maynard Keynes, The General Theory of Employment, Interest, and Money, MacMillan & Co. Ltd. (1964), p. 207.

Quadro evolução industrial

Quadro liderança económica

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Quadro taxa crescimento 2012

German model

The treaty would enshrine the German model of fiscal and monetarist rigour as binding on the eurozone, in a move that would, in effect, outlaw Keynesian economics.

 The Germans insist in the medium term it will prevent a repeat of the profligacy that caused the near-collapse in the first place.


notícia aqui

Yes, we can

Poder vs Justiça

Quadro europeu do desemprego jovem

Quantitative Easing em andamento

O dinheiro virtual na €uropa arrancou.

Explicação do Prof. Cantiga Esteves na Sic Notícias.


Veja aqui

Deputados

Portugal tem um deputado por 43 mil habitantes. É demais?


Leia mais em:
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=448207

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Terramoto agendado em Portugal

"Esqueçam a Grécia. É Portugal que vai destruir o euro"

Um "default" é acidente. Dois já é uma crise sistémica. Quem o diz é Matthew Lynn, colunista da Bloomberg News, sublinhando que Portugal voltará a ter um importante papel no palco mundial. Mas pela negativa.



Leia mais aqui

Por dentro do assunto

Despesa pública

Em Portugal, a despesa pública representa oitenta mil milhões de euros, ou seja, 47% do PIB, em média cerca de oito mil euros a cada português.

Um bom artigo de Ricardo Arroja.



Leia mais em:
http://economico.sapo.pt/noticias/a-agenda_136631.html

Quebrar

Quebrar os monopólios em Portugal daria mais ao PIB já do que mexer na lei laboral


A troika – que estava na plateia a assistir à conferência – quer também que o governo reduza a protecção que a regulação oferece a uma série de negócios nos mercados de bens e serviços, o que abrange não só a distribuição, mas também a energia.

Leia mais em:
http://www.ionline.pt/dinheiro/quebrar-os-monopolios-portugal-daria-mais-ao-pib-ja-mexer-na-lei-laboral

Quem manda afinal?

Mudam-se os tempos mudam-se as vontades.

em 2009

O governador lembrou ainda que o nível salarial não depende dele e que é o Ministério das Finanças que deve decidir sobre uma redução. -Vitor Constâncio

Leia mais em:

em 2011

O BCE considera que as decisões quanto a cortes remuneratórios no Banco de Portugal devem ser sempre tomadas em articulação com o Governo, ainda que a última palavra caiba a Carlos Costa, e pede que nunca sejam postas em causa as funções do banco central.

Leia mais em:
http://www.dinheirovivo.pt/Mercados/Artigo/CIECO030554.html


O Banco de Portugal, é mais um triste exemplo de gestão, e recheada de salários e reformas bem abonados...

Mas que não evitou a falência de bancos (por vigarice), com uma má supervisão e fraca regulação bancária e dormiu na sombra perante os indicadores da economia nacional em direção à bancarota.

Já para não falar de algumas tiradas ignóbeis de uma espécie de aberrações pensantes, que por lá andam e por lá passaram, mas todos bem orientados.


A enganação do momento:

Há bancos a vender obrigações perpétuas a clientes de 80 anos. É uma prática bizarra que nem sequer deveria ser permitida.

Leia mais em:
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/opiniao/armando-e-pereira/ha-gato-nos-bancos021616570

Japão: o primeiro défice comercial em 31 anos

A balança comercial japonesa terminou 2011 no vermelho, pela primeira vez desde 1980, devido às perturbações causadas pelo sismo de 11 de março, à valorização do iene e ao aumento da fatura energética, anunciou hoje o ministro das Finanças.


Leia mais em:

http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=2262073&seccao=%C1sia

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Reforma política

Após anos de fraca democracia com resultados trágicos a nível social e económico, é necessário agora avançar com reformas políticas: centrais, locais e eleitorais.

Principais ideias:

- cortar no número de deputados (no mínimo a descida deve ser para 180 deputados)

- fusão de municípios e juntas de freguesias (200 municípios já é demais num território pequeno)

- criação de 5 regiões administrativas (com orçamentos claros e trancados)

- criação de círculos uninominais, conhecer em quem se vota, diminuindo a distância entre eleitores e candidatos, tornar os partidos e os seus representantes mais responsáveis perante o eleitorado

- voto obrigatório (praticar o dever cívico deverá ser uma preocupação e aumentará a legitimidade e a responsabilidade dos eleitos)

- voto eletrónico (acabar com a fantasia de contagens de votos com renumeração para vários militantes)

- cortes no orçamento na presidência da república e encargos com os ex-presidentes (a monarquia espanhola, tem um orçamento de € 9 milhões, na república alemã é de € 20 milhões, cá a brincadeira está em € 15 milhões, com bem menos população que a Espanha ou Alemanha)

- racionalização do número de representantes políticos (em acordo com o padrão europeu)

- melhoramento dos modelos de organização (em acordo com o padrão europeu)

- políticas fortes para estimular a população e a economia no interior

- responsabilização e criminalização política dos eleitos

- atualização da constituição (moderna e simples)

Procura-se tecnocrata



Para governar uma bela ilha e restaurar os bons exemplos de gestão.

Captar investimento estrangeiro e dispensar a mamadeira são requisitos fundamentais ao desempenho do cargo.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Políticos de lixo

Troika de passos

Conferência. Troika pressiona governo para acabar com negócios protegidos


Os representantes da troika pressionaram em uníssono o governo para abrir mais a economia portuguesa à concorrência interna e retirar os benefícios excessivos a vários negócios tradicionalmente protegidos pela regulação e pelo poder político.

Os avisos, feitos repetidamente pelos três técnicos em Lisboa perante uma plateia de membros do governo, gestores do sector privado – alguns deles de sectores visados, como a energia – e economistas, surgem numa altura em que a troika deseja ver o tema das reformas estruturais da economia dominar mais a agenda política e mediática.

leia mais em:
http://www.ionline.pt/dinheiro/conferencia-troika-pressiona-governo-acabar-negocios-protegidos


Funcionários de 7ª linha? Este blog rotula como funcionários de 1ª linha.

A crise de Portugal deve-se essencialmente às nossas fracas elites, políticos e gestores.

Vai uma austeridade?

 
 
 
 
Regalias:

Cada ex-presidente da República custa 300 mil ano

Quando daqui a quatro anos deixar a Presidência da República, Cavaco Silva não deverá poder juntar uma subvenção política às pensões de dez mil euros brutos que agora recebe, mas vai ter direito a um gabinete com secretária e assessor da sua confiança, a um carro com motorista e combustível para serviço pessoal e ajudas de custo para as deslocações oficiais fora da área de residência.

Estes são direitos que a lei dá aos antigos chefes do Estado e que pesam um milhão de euros no orçamento do Palácio de Belém. Feitas as contas, Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio custam, cada um, cerca de 300 mil euros aos cofres públicos.





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domingo, 22 de janeiro de 2012

sábado, 21 de janeiro de 2012

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Esquerdices

A austeridade não é a solução...

 Mas nós já experimentámos o contrário com o monsieur Sócrates e onde fomos parar?

O ridículo mata



Cavaco Silva mandou suspender o salário de Presidente da República, optando por pensões de 10.042 euros, face à entrada em vigor do fim da acumulação de pensões com vencimentos do Estado.

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Se não consegue fazer face às despesas é melhor pedir ajuda à Deco ou até falar diretamente com a Troika, quanto às suas qualidades como economista essas infelizmente estão bem à vista de todos de todos portugueses...

Esta é a personagem que acusa os portugueses de viverem acima das suas possibilidades.

Se Portugal fosse um país justo, o modelo de reformas seria próximo ao modelo da Suíça, de valor máximo de 1700 € para as reformas suportadas pelo estado.

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Moedas de Reserva

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Agência Rating Europeia

Visto que as agências de rating americanas são hoje um fenómeno mais político e especulativo do que qualitativo, surge assim uma agência europeia de rating, esperando por parte desta uma maior insenção política...


O blog já tinha alertado para esta necessidade em Dezembro:
http://vivendi-pt.blogspot.com/2011/12/tranquilzar-zona-euro.html


Uma das missões do blogue é andar à frente e não a reboque dos acontecimentos.


Leia mais em:
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2250020

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Pingo Doce ou Continente... à escuta!




Para os nossos merceeiros: ajudem os idosos de Portugal que bem precisam...

Uma pena que o Carrefour tenha desistido de Portugal.


Carrefour deixa de cobrar IVA a clientes com mais de 65 anos.


A cadeia de hipermercados Carrefour vai deixar de cobrar IVA a clientes com mais de 65 anos.
Este desconto será imediato e vai recair sobre produtos comprados no talho, peixaria, frutaria, padaria, charcutaria, pastelaria, refeições preparadas, ovos, legumes e queijos.


notícia aqui


A vez dos patrões

Uma excelente opinião de Pedro Santos Guerreiro à reforma laboral e a destacar o seguinte:

É aqui que entram os chefes, os empresários e os patrões. A concertação social deu-lhes os meios que eles sempre reivindicaram, nunca mais poderão queixar-se se não de si mesmos.

Ou são bons gestores, ou são maus gestores. E tendo em conta o estado das nossas empresas, a sua fragilidade financeira, a observação de que os trabalhadores portugueses trabalham bem no estrangeiro e em multinacionais, as expectativas estão baixas.

A nossa capacidade de gestão é genericamente fraca.

Temos muitos chefes incultos, gestores que não imaginam como se motiva, lidera, envolve e premeia, empresários muito pouco exigentes em relação a si mesmos. Todos eles estão hoje radiantes mas ficarão preocupados se a sua própria incompetência se tornar visível.

 É também por isso que esta reforma é boa, porque separará os bons gestores dos empresários duma figa.


Leia mais em:
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=532269&pn=1

Austeridade inimiga




A austeridade é inimiga do crescimento económico?


Então é urgente a redução da despesa pública.

Tendências









Leia mais em:

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=531899

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A riqueza

Por:  Walter Williams, professor honorário de economia da George Mason University e autor de sete livros.


A riqueza de uma nação está incorporada na capacidade dos seus cidadãos.

O exemplo mais acabado, é a experiência dos alemães e japoneses após a Segunda Guerra Mundial.

Durante a guerra, os bombardeamentos destruíram praticamente todas as estruturas de capital físico desses dois países.

O que não foi destruído foi o capital humano das pessoas: as suas habilidades físicas e mentais, e a sua educação.

Em duas ou três décadas, ambos os países ressurgiram como formidáveis forças económicas.

domingo, 15 de janeiro de 2012

O rating esclarecido


 







Comentário esclarecedor à descida de rating europeia,...


Petter Schiff, economista americano destaca como principais ideias o seguinte:

- A ironia que é, os investidores estarem preocupados com a dívida europeia da zona euro e ao mesmo tempo refugiarem-se na dívida americana, como suposta segurança.

- O fato é que os EUA devem mais que a a Eurozona.

- A Eurozona tem melhor capacidade de pagamento das dívidas que os EUA.

- Ainda existem vários países na zona euro com rating semelhante ou até de qualidade superior aos EUA.

- Os fundamentos económicos na verdade nem justificam os EUA a um nível do rating similar ao de França nem da Áustria.

- A realidade dos fundamentos da economia americana, está mais próxima dos PIGS, olhando para os números oficiais dos EUA e excluindo das contas uma série de despesas não contabilizadas oficiailmente e de retorno duvidoso.

- A análise está apenas a ser vista pela ponta do iceberg, se verificar para um conjunto de obrigações existentes, nas áreas da previdência social, saúde, e gastos estaduais, a qualidade da dívida americana dos EUA já é idêntica ou até superior à Grécia.

- A dívida na Europa está mais focada nos governos centrais e menos nas regiões, ao contrário das pesadas dívidas que existem nos estados americanos.

- Com este retrato, as taxas de juro praticadas em alguns países europeus são injustamente financiadas a um preço mais alto comparado com as taxas de financiamento americanas.

- Os investidores compram o dólar como ativo de refúgio, e criam a ilusão que a performance americana está melhor que a da zona euro, e só está a acontecer realmente esta realidade, porque os investidores fogem à turbulência da zona euro.

- O que aconteceria à economia americana se fosse obrigada a comportar os juros como Espanha ou Itália? A economia americana implodia, encontra-se por agora tudo calmo, mas pode acontecer eventualmente essa subida de juros.

- Nos EUA, o presidente Obama, continua a querer aumentar os limites à dívida. Os EUA já nem se preocupam com o défice da sua balança comercial, e os números mostram que a economia americana está a tornar-se mais fraca. Uma economia não deve ser baseada naquilo que se gasta, no que se consome, mas sim naquilo que se produz. Os americanos estão a importar o que não produzem e a pedir emprestado para pagar essas mesmas importações.

- Quem ainda empresta esse dinheiro pensa que há capacidade para pagar, que os EUA são solventes, mas já houve a bolha na bolsa, no imobiliário e agora existe na dívida pública americana e no dólar.

- Até quanto tempo poderão os EUA aguentar esta situação?

- Poderá haver muitas catastrofes económicas a caminho dos EUA.

- Existe a crença e a desculpa no modelo Kenysiano, que o que é necessário é gastos e crescimento económico para ter uma economia forte, mas se os EUA fossem assim tão fortes não estariam inundados em importações e empréstimos, e estariam sim a produzir e a exportar.

- A economia americana está pior que em 2008, mas continua a haver opiniões gerais, e despreocupações do governo e do FED americano, em que não existem quaisquer problemas no horizonte, e quem alerta é completamente ignorado, e os que estão errados continuam a ser ouvidos.

- Há muitas manobras de vendas nos mercados a acontecer contra os fundamentais e uma aposta estranha no dólar e obrigações de tesouro americanas.

Moralistas

Infelizmente existe por aí uma cambada de moralistas, que defendem um estado mais leve, mas são ao mesmo tempo um grupo que engorda à custa do estado.

Estas "gorduras" do estado também são para se combater.

Protecionismo - O caso Brasil






O sucesso do Brasil é baseado na exportação de commodities, essencialmente para a China.
Existe um boom imobiliário especulativo e de crédito farto, filme já conhecido pela Europa e EUA, existe ainda uma inflação alta e outros mais problemas, mas o Brasil tem uma balança de excedentes comerciais.
A sua indústria exportadora, tirando os commodities, os poucos exemplos de sucesso, são na área dos calçados, aviação e pouco mais há a registar de significante.
Quanto a importações, qualquer produto de origem importada no Brasil atinge valores absurdos. Desde uma simples lata de conserva ou garrafa de azeite (onde é bastante difícil a criação deste produto em terras brasileiras por razões climáticas), até um qualquer material de incorporação tecnológica.
O que acontece então a nível industrial? É que qualquer produto para singrar em vendas, tem de colocar a sua base industrial no Brasil. A maior concentração de indústrias alemãs fora da Alemanha, está no estado de São Paulo, e observemos também a quantidade de multinacionais que existem na zona franca de Manaus.
A própria China pensa em criar uma fábrica automóvel para poder ser competitiva em vendas no imenso mercado Brasileiro.
O que levanta a seguinte questão? Valerá a pena a União Europeia taxar fortemente os produtos importados, seguindo a título de exemplo o Brasil?
Com a concordância necessária da Alemanha, seguindo esta política de industrialização, a UE poderia recuperar empregos e o imenso mercado de consumo interno europeu. A própria França já acredita no protecionismo, pois também tem desequilíbrios comerciais.
É assim pertinente olhar para a política de intervenção e o exemplo industrial brasileiro. A forma como eles quase que obrigam a colocação da indústria no Brasil para quem quer aceder com relevância a este apetitoso mercado.
Em conclusão, a melhor forma de resolver os problemas da desindustrialização, seria entender a UE como um bloco económico, em que quem quer vender neste mercado de forma expansionista, tem de colocar aqui a sua indústria, nas regras europeias vigentes. Assim as indústrias exportadoras, chinesas, americas, brasileiras, russas, e demais locais…, se quisessem ter acesso ao mercado europeu teriam de colocar na UE as suas indústrias e da mesma forma deveria acontecer com a indústria europeia em outros mercados.
Seria uma globalização mais equilibrada, respeitando as regras locais (salários, condições ambientais, realidade económica, etc...)
A economia de mercado deve ser o mais livre possível mas como existe várias discrepâncias a nível global, é imperativo agrupar os mercados em blocos económicos, mas com interligações justas e prósperas para todos.