De facto é muito interessante o que ela diz e é extremamente giro ver crianças exprimirem simplesemente o bom-senso que falta a tantos "adultos" :)
No entanto eu não concordo com ela quando diz que a situação ideal seria o Governo recorrer directamente ao Banco Central para se financiar. Se nos passamos na década de 70 para o modelo actual (Banco Central empresta aos bancos privados que emprestam ao Estado) é por uma razão muito simples: inflação.
Quando surgiu o choque petrolífero os Estados decidiram, para lutar contra o desemprego, aumentar as despesas públicas recorrendo por isso à criação monetário. O problema é que aquela política nem resolveu o desemprego, como agravou a inflação já galopante. Como a criação monetária em sí não resolve nada (a moeda não passa de “um parasita” necessário, é a simples expressão do valor mas não é valor em sí), os dirigentes políticos decidiram em seguida, e bem, parar de utilizar o Banco Central como financiador directo do Estado. Isso é lógico porque não esqueçamos que a moeda existe somente para garantir os pagamentos e os movimentos de riqueza, ou seja cria-se moeda não para estimular ou refrescar a economia (pode e deve haver mecanismos para conseguir isso mas não devem ser instituidos, decididos pelo Estado) mas porque a economia, o mercado, as pessoas necessitam dela. Quando o Estado decide qual é a quantia de moeda a por à disposição do mercado está sempre a criar distorções potencialemente perigosas, porque a decisão estatal (qual quer que seja) não está em adequação com o que se passa com o mercado; ora cria demasiada moeda em relação às necessidades e evolução da economia (inflação), ora cria moeda em insuficiência (deflação). Ninguém pode racionalemente saber qual é quantia de moeda que temos de criar, a quantia depende do movimento do mercados, das empresas, das famílias, dos bancos, das suas necessidades, capacidade financeira, capacidade de reembolso... Ninguém no seu perfeito juíz pode dizer que conhece todas essas variáveis. Assim se “damos aos bancos privados o monopólio da moeda” evitamos as pressões inflacionistas e deflacionistas. Porquê? Porque os bancos estão directamente conectados à activade económica, fazem empréstimos, financiam investimentos e têm de ser rentáveis caso contrário desaparecem, por isso sabem melhor qual é a quantia de moeda que necessita o mercado. Agora é situação actual é aceitável? Não, mas porquê? Porque existe um sistema chamado “reservas fraccionárias” que permite criar moeda sem que os bancos tenham reservas. Nós temos de suprimir esse sistema absurdo e permitir aos bancos de criarem moeda em função dos seus depósitos. Se têm 1 bilhão de reservas não pode emprestar mais que isso à economia. Assim evitamos ao mesmo tempo as pressões inflacionistas e deflacionistas como acabamos com esta economia baseada no crédito.
Claro, apesar de o ler à pouco tempo já sabia o que você defende caro Vivendi. O problema situa-se nas outras pessoas que poderiam estar tentadas por soluções fáceis.
De facto é muito interessante o que ela diz e é extremamente giro ver crianças exprimirem simplesemente o bom-senso que falta a tantos "adultos" :)
ResponderEliminarNo entanto eu não concordo com ela quando diz que a situação ideal seria o Governo recorrer directamente ao Banco Central para se financiar. Se nos passamos na década de 70 para o modelo actual (Banco Central empresta aos bancos privados que emprestam ao Estado) é por uma razão muito simples: inflação.
Quando surgiu o choque petrolífero os Estados decidiram, para lutar contra o desemprego, aumentar as despesas públicas recorrendo por isso à criação monetário. O problema é que aquela política nem resolveu o desemprego, como agravou a inflação já galopante. Como a criação monetária em sí não resolve nada (a moeda não passa de “um parasita” necessário, é a simples expressão do valor mas não é valor em sí), os dirigentes políticos decidiram em seguida, e bem, parar de utilizar o Banco Central como financiador directo do Estado. Isso é lógico porque não esqueçamos que a moeda existe somente para garantir os pagamentos e os movimentos de riqueza, ou seja cria-se moeda não para estimular ou refrescar a economia (pode e deve haver mecanismos para conseguir isso mas não devem ser instituidos, decididos pelo Estado) mas porque a economia, o mercado, as pessoas necessitam dela. Quando o Estado decide qual é a quantia de moeda a por à disposição do mercado está sempre a criar distorções potencialemente perigosas, porque a decisão estatal (qual quer que seja) não está em adequação com o que se passa com o mercado; ora cria demasiada moeda em relação às necessidades e evolução da economia (inflação), ora cria moeda em insuficiência (deflação). Ninguém pode racionalemente saber qual é quantia de moeda que temos de criar, a quantia depende do movimento do mercados, das empresas, das famílias, dos bancos, das suas necessidades, capacidade financeira, capacidade de reembolso... Ninguém no seu perfeito juíz pode dizer que conhece todas essas variáveis.
Assim se “damos aos bancos privados o monopólio da moeda” evitamos as pressões inflacionistas e deflacionistas. Porquê? Porque os bancos estão directamente conectados à activade económica, fazem empréstimos, financiam investimentos e têm de ser rentáveis caso contrário desaparecem, por isso sabem melhor qual é a quantia de moeda que necessita o mercado.
Agora é situação actual é aceitável? Não, mas porquê? Porque existe um sistema chamado “reservas fraccionárias” que permite criar moeda sem que os bancos tenham reservas. Nós temos de suprimir esse sistema absurdo e permitir aos bancos de criarem moeda em função dos seus depósitos. Se têm 1 bilhão de reservas não pode emprestar mais que isso à economia. Assim evitamos ao mesmo tempo as pressões inflacionistas e deflacionistas como acabamos com esta economia baseada no crédito.
Caro André,
ResponderEliminarAgradeço o seu comentário.
Por isso reforcei a mensagem da criança com o seguinte:
Não se deve criar dinheiro a partir do nada seja lá quem controle o sistema.
A função do dinheiro é apenas facilitar a troca.
E juntando agora também o seu comentário não haverá dúvidas para os leitores.
Abraço.
Claro, apesar de o ler à pouco tempo já sabia o que você defende caro Vivendi. O problema situa-se nas outras pessoas que poderiam estar tentadas por soluções fáceis.
ResponderEliminarAbraço.