Uma questão que muito frequentemente se levanta na via das exportações, se todos os países insistirem em que têm de exportar, então quem compra? Os marcianos?
A resposta leva à necessidade de harmonia nas trocas comerciais e o mesmo só pode acontecer caso exista algum tipo de controle.
Outro fator importante é sobre os recursos limitados existentes no planeta e em políticas protecionistas os mesmos serão melhores salvaguardados.
Outra das vantagens diz respeito à expansão monetária e crédito que serão reduzidas em função de políticas protecionistas tornando a economia mais real do que virtual.
Estamos a entrar num ponto em que os países e as sociedades serão descaraterizadas, ou seja, dentro de um mesmo país existe uma parte da população fortemente beneficiada com a globalização (monopólios e empresas que obtiveram relativo sucesso) e outra parte da população que só perdeu com a globalização (desempregados, inadequações de capacidades, falta de oportunidades).
Sendo assim que adianta jogar só no tabuleiro da globalização e porque não jogar também no tabuleiro das aldeias.
Aliás qual dos dois tabuleiros pode agora integrar melhor as pessoas no trabalho e estimular a função social?
A agricultura pode ser o ponto de partida, e aliás um catalizador de um possível potencial económico adormecido que seria estendido à indústria, ao comércio tradicional e turismo. Sabendo que não compensa plantar em grande escala (cereais), muito pode ser feito.
Agora, falta uma engenharia social, uma atmosfera cultural, um debate elevado. Tem que se compreender o que se passou com as pessoas e com a sociedade.
A engenharia social procura mudar a conduta das pessoas e só com um projeto de sentido de comunidade constrói-se a repartição justa da riqueza, a defesa do património comum, material e imaterial, a arquitetura, a paisagem, a língua e não valores ideológicos.
E esse foi o erro do 25 de Abril. Em que não soube aproveitar o que havia de bom do passado e ter procurado fazer ainda melhor, deixou-se sim vencer pela mediocridade e pelo facilitismo, caindo na corrupção. Assim atualmente temos uma estrutura de poder em Portugal principalmente mesquinha e corrupta, que viveu até então de obras de fachada só porque o dinheiro jorrava da fonte.
Outro fenómeno interessante na economia, é que agora temos o moderno socialismo, que é o estado socializante pelo controle da economia mas sem nunca chegar à totalidade, mas quanto mais controle socialista existe, mais depressa as pequenas empresas desaparecem e quem ganha são as grandes empresas monopolistas visto que já não há o risco da estatização total. Que poderia funcionar também como definição para o modelo económico do velho e típico estado fascista. Curioso não é? A única diferença está em que antes procurava-se obter os benefícios económicos dentro de portas e agora as portas estão escancaradas.
Sem comentários:
Enviar um comentário